Wanderley já considera o empate com a Colômbia
um bom resultado

3-27-2000

O técnico Wanderley Luxemburgo não gosta de falar em problemas. No entanto, ele está cheio deles para a estréia da Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa, amanhã, em Bogotá, diante da Colômbia. Além de ter de enfrentar um adversário difícil e numa altitude de 2.63Om, o time está desfalcado de jogadores importantes e não teve tempo para treinar. Diante desse quadro, o otimista Wanderley teve de dar o braço a torcer. Um empate na Colômbia já está sendo visto com bons olhos: "O Brasil sempre que entra numa competição busca a vitória. Se não conseguir, um empate será um grande resultado."

Só ontem pela manhã os jogadores se apresentaram no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio. À tarde, fizeram um trabalho de recuperação muscular numa academia na Barra da Tijuca. Hoje o time embarca para a Colômbia e, no final da tarde, fará o único treino com bola antes do jogo, no reconhecimento do gramado do Estádio El Campín. Muito pouco. "É o que temos", lamentou Wanderley Luxemburgo.

Cortes - Sobre os cortes de Rivaldo e Cafu, por contusão, o técnico não os considerou acaso. Para Wanderley, eles foram conseqüência da mudança no prazo de apresentação dos jogadores para a disputa das Eliminatórias, de cinco para três dias antes das partidas. "Se fossem cinco dias, teríamos tempo para recuperar o Rivaldo, por exemplo. O que não dá é para o atleta jogar na Europa, no sábado, e pela seleção, na terça-feira. Tem que haver um calendário mundial."

Lamentações à parte, Wanderley confia no seu desfalcado time. "O Brasil tem muitos jogadores talentosos. Cortamos atletas importantes e estamos dando chances a jogadores como Ricardinho e Edílson, que a mídia vinha pedindo há tempos", disse o técnico, que só hoje vai anunciar a escalação do time titular.

Apesar dos problemas, os jogadores estão otimistas. "O Brasil tem 200 jogadores para serem chamados. Não há problema quando algum se machuca", disse o lateral Roberto Carlos, do Real Madrid. O meia Emerson concorda com o lateral. "Disputar um jogo dessa importância pela Seleção faz a gente esquecer todos os problemas." Ronaldinho Gaúcho também aposta na Seleção. "Temos talento para vencer. Com grandes jogadores, fica mais fácil jogar, mesmo sem o entrosamento ideal e sem alguns titulares."

Altitude - A altitude de Bogotá pode até atrapalhar. Mas os jogadores e, principalmente, Wanderley Luxemburgo não estão preocupados com isso: "Nós vamos enfrentar a Colômbia, não a altitude. Temos de estar preocupados com o adversário", afirmou. "Vai haver um incômodo, mas nada parecido com La Paz, onde o ar é bem mais rarefeito", afirmou.

Para o preparador físico Antônio Mello, a solução de chegar um dia antes do jogo foi a melhor encontrada. "O ideal seria ficar pelo menos seis dias na altitude para aclimatar os jogadores. Como não conseguimos isso, essa foi a melhor saída. No treino de amanhã (hoje) vamos observar quem vai sentir a altitude. Se alguém sentir, há tempo para recuperar este jogador."

Edílson - A linha dura da era Wanderley Luxemburgo na Seleção Brasileira continua firme e forte. Mas a convocação de emergência de Edílson não deixou de ser uma luz no fim do túnel para os jogadores renegados como Romário, Marcelinho Carioca e Edmundo. Cortado da Seleção nas vésperas da Copa América do ano passado, por ter arrumado um tumulto na final do Campeonato Paulista, entre Corinthians e Palmeiras, Edílson conta que nunca deixou de ter esperanças de voltar. "Sempre acreditei que não havia mais problemas entre mim e o Wanderley. Agora, com essa convocação, tenho certeza disso. Já trabalhei com ele e sabia que o Wanderley não era de guardar mágoas."

Na teoria, o perdão a Edilson pode se estender para outros renegados. E Wanderley garante que as portas da seleção não estão fechadas para ninguém. "Vou convocar quem eu acho que devo convocar. No caso do Edílson, se acontecer um outro incidente eu corto ele de novo. Mas sem guardar mágoas. Meu trabalho é muito profissional nesse ponto", disse. "Convocação não depende de mim, mas do atleta. Agora, existem normas a serem seguidas, como em qualquer empresa", disse.

Mas Edílson não quer saber desse papo indisciplina. Ele se acha um jogador correto e, por isso mesmo, pensa que essa convocação pode lhe valer uma vaga cativa na Seleção. "Quero voltar para ficar".

Courtesia Jornal do Brasil






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