Seleção fica no 0 a 0 com a Colômbia

BOGOTÁ -  3-28-00  As eliminatórias para a Copa, do jeito como são agora, parecem bastante com uma prova longa de atletismo. Com uma maratona. Talvez por isso o Brasil tenha dosado suas forças, como o atleta que segura o ritmo da corrida para explodir no sprint final. Na estréia ontem à noite, em Bogotá, contra a Colômbia, o time comandado por Wanderley Luxemburgo não saiu do 0 a 0 contra os donos da casa. Se não foi o resultado com que todos sonham - a vitória - pelo menos a equipe já tem um ponto na tabela e agora enfrenta o Equador no mês que vem, em São Paulo, tentando fazer três pontos em casa.

A temida altitude de 2.800m, que fez muita gente lembrar da bisonha derrota de 2 a 0 para a Bolívia, nas eliminatórias para a Copa de 94, jogou contra todo mundo. Dos donos da casa, oito jogadores que entram em campo jogam fora do país. E a julgar pelo desempenho da equipe, também sentiram os efeitos do ar rarefeito. Não houve correria nem pressão. Todos jogaram de forma lenta.

A Colômbia começou assustando mais por demérito do Brasil que por virtude própria. Aos 10min Aldair tocou errado e a bola parou no pé do xodó Juan Pablo Angel, que chutou por cobertura quando viu que Dida estava adiantado. Sorte que a bola foi para fora. Foi só. Depois disso o Brasil tornou-se dono da partida. Alex mostrou as armas quando entrou driblando e só perdeu a jogada por absoluta falta de pé direito. Lance de perigo mesmo veio logo depois, aos 13min, quando Vampeta enfiou uma bola para Jardel, que bateu de primeira por cima. A Colômbia acusou o golpe, percebeu que um descuido poderia custar caro e tratou de ser cautelosa. O Brasil se impôs e - mesmo sem ser veloz ou envolvente - fez valer seu jogo. Tanto que enquanto a Colômbia se recuperava do baque do chute de Jardel, Élber chegou atrasado num cruzamento de Evanílson na pequena área.

Foi o que a altitude permitiu. Depois de um ensaio de pressão, o jogo acalmou e ficou de tal forma que os goleiros Dida e Córdoba passaram sem maiores sustos. Córdoba só tinha problemas mesmo nas faltas que Roberto Carlos - o melhor em campo - batia. Numa ele conseguiu espalmar e a outra passou perto, mas foi para fora. Outra ameaça brasileira, apenas no fim do primeiro tempo, aos 40min, quando Élber cabeceou um cruzamento de Alex e Cordoba pôs a escanteio.

O segundo tempo foi ainda mais vagaroso. Luxemburgo pôs Ricardinho no lugar de Alex (que saiu contundido) e Edílson no de Jardel. Mas foi a Colômbia que chegou bem, logo aos 36 segundos, quando Ricard chutou e Dida defendeu. Mesmo assim, outra vez não houve pressão nem perigo de. O que se viu foi uma partida em que a bola era ganha e perdida a todo instante. Talvez se o Brasil tivesse um lateral direito que fosse digno de estar na Seleção - o que não é o caso de Evanílson - as coisa poderiam ser melhores.

A partir da metade do jogo o trio Vampeta-Ricardinho-Edílson, titular no Corinthians, começou a incomodar. Mas perigo de gol mesmo só quando o colombiano Yepes foi cortar um cruzamento e quase fez contra. Aos 29min Evanílson entrou livre pela direita. Entre cruzar e chutar para o gol, ele acabou isolando a bola. Se o Brasil tivesse um lateral direito...

Resultado justo

Luxemburgo gosta da performance

O treinador Wanderley Luxemburgo considerou excelente o empate de ontem contra a seleção da Colômbia. "Pelas circunstâncias, foi ótimo. O Ronaldinho Gaúcho entrou bem e o Aldair, mesmo com câimbra, teve boa atuação. E para todos aqueles que falaram de altitude, a resposta está aí. O nosso time terminou a partida mais inteiro do que o deles", desabafou o técnico da Seleção Brasileira.

"A tática era colocar o Ronaldinho Gaúcho e o Ricardinho mais para o final, pois saberíamos como a partida estava. Mas com o Alex se contundindo, tive que queimar essa opção antes", afirmou Wanderley Luxemburgo, que elogiou a participação de todos na equipe. "Criamos mais oportunidades que eles. Se tivesse que ter um vencedor deveria ser o Brasil", disse.

Roberto Carlos - O melhor do Brasil em campo. Chutou, apoiou e esteve bem na marcação. Nota 8,5.

Dida - Não teve muito trabalho, mas mostrou-se preparado. Nota 7.

Evanílson - Errou muitas jogadas. Nota 5.

Antônio Carlos - Teve duas falhas, no primeiro, que quase resultaram em gol da Colômbia. Nota 5.

Aldair - Errou um passe na saída de bola no primeiro tempo que por pouco os colombianos não marcaram. No segundo tempo teve câimbra, mas agüentou firme. Nota 5.

Emerson - Seguro na marcação. Não criou jogadas. Nota 7,5.

Vampeta - Iniciou bem, mas depois caiu o rendimento. Nota 6,5.

Zé Roberto - Sem criatividade, mas bem na marcação. Nota 7.

Alex - Não teve boa participação. Nota 5,5.

Jardel - Fraco. Mal posicionado. Nota 5.

Élber - Não criou oportunidades. Nota 6.

Edílson - Entrou e deu movimentação. Nota 7,5.

Ricardinho - Criou mais oportunidades. Nota 8.

Ronaldinho Gaúcho - Arriscou algumas jogadas. Mas pareceu nervoso, levando um cartão amarelo logo início. Nota 7.

Na Colômbia o destaque foi o capitão Rincón. Esteve seguro em campo.


Courtesia Jornal do Brasil


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