Goleada e genialidade na estréia
Antonio Maria Filho e Ary Cunha - Enviados especiais

CIUDAD DEL ESTE. O Brasil massacrou a Venezuela ontem no estádio Três de Fevereiro.Fora os 7 a 0, que garantiram um ótimo saldo para o caso de um possível desempate, o Brasil brindou a torcida com momentos de genialidade. O maior deles, do menino Ronaldinho Gaúcho, que em seu primeiro lance na partida fez um gol após dar lençol e tudo no adversário. Sábado, o Brasil voltará a campo, para enfrentar o México e, caso vença, garantirá sua classificação à próxima fase da Copa América.

Que o jogo seria mesmo fácil ficou nítido logo a um minuto. Vampeta lançou Cafu que entrou na área e chutou com violência. Remy Vega defendeu com problemas. Fora um susto num chute de Vera, aos seis, o Brasil era o dono da partida. A Venezuela, além de marcar mal na entrada da área, optou por uma linha de impedimento que muitas vezes falhou e complicou a vida de Vega. Aos nove minutos, novamente Vampeta lançou. Só que desta vez para Ronaldinho. Ele entrou livre, escolheu o canto mas chutou fraco e para fora.

Aos poucos, porém, o Brasil perdeu o ânimo e a Venezuela encontrou uma melhor maneira de encurtar o campo. Somando-se a isso, uma noite pouco inspirada de Rivaldo e a surpreendente timidez de Alex, o que se viu por boa parte do primeiro tempo foi um Brasil pouco objetivo incapaz de encontrar a maneira de surpreender a linha de impedimento do adversário.

Diferentemente do que aconteceu sábado contra a Letônia, nem Vampeta ajudava Cafu no apoio, tampouco Rivaldo - cuja função no amistoso foi exercida por Zé Roberto - auxiliava Roberto Carlos. Mesmo sem jogar bem, o Brasil acabou fazendo por prevalecer sua maior categoria. Aos 26 minutos, Cafu avançou com decisão, esperou a hora do passe e cruzou para Ronaldinho, livre na pequena área: 1 a 0.

O gol, ao contrário do que se imaginava, não animou muito o Brasil, tampouco fez com que a Venezuela se lançasse mais à frente. Tudo continuou na mesma. No fim do primeiro tempo, porém, os venezuelanos foram vítimas de sua arma, a linha do impedimento. Aos 40 minutos, Vampeta levantou na área, todos os zagueiros saíram, menos o lateral esquerdo Rojas. Emerson cabeceou livre e ampliou.

No segundo tempo, as coisas ficaram bem mais fáceis. Amoroso teve um gol corretamente anulado por impedimento, aos três minutos. Cinco minutos depois, Roberto Carlos preferiu chutar a gol em vez de passar para Amoroso, em seguida, foi a vez de Cafu ser egoísta. Amoroso chegou à beira do desespero por não ter recebido o passe.

Sua recompensa viria aos nove minutos. Ele recebeu um ótimo passe de Roberto Carlos e, quando se preparava para finalizar, foi interceptado por Rojas, que chutou contra. Amoroso fez tanta festa que o juiz lhe atribuiu o terceiro gol brasileiro.

A partir daí, os espaços aumentaram e a goleada veio naturalmente. Aos 17, Alex lançou Ronaldinho, livre, que não perdoou. Curiosamente, já irreversivelmente derrotada, a Venezuela se soltou mais e, com chutes de fora da área, deu alguns sustos em Dida.

Wanderley resolveu então fazer umas mexidas. Aos 27, pôs Ronaldinho Gaúcho no lugar de Alex. A troca surtiu efeito em dois minutos. O novato da seleção recebeu na direita, deu um lençol em Rey, driblou Rojas com um toque de calcanhar e chutou na saída do goleiro. Um golaço, comemorado com natural entusiasmo pelo jovem craque e os reservas, que se aqueciam atrás do gol.

Pela beleza do lance, poderia ter sido o final de uma boa apresentação. Mas o Brasil fez mais. Aos 36, Amoroso escorou um cruzamento de Evanílson e fez o sétimo. Um minuto depois, Rivaldo apareceu livre com Vega, driblou o goleiro e fechou o placar.

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