Todo o poder a Wanderley


Fellipe Awi
Foto de Roberto Stuckert Filho
Courtesy O'Globo On






Rivaldo e Ronaldinho foram os artilheiros da Copa América, mas quem voltou do Paraguai com a bola mais cheia foi o técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo. Pelo menos para o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Não bastassem os mais rasgados elogios a Wanderley, o dirigente acha que o título da Copa América mostrou que o treinador está pronto para cumprir a função de diretor de seleções, em que todo o poder do futebol estaria centralizado em suas mãos.

- O comportamento do Wanderley no Paraguai foi perfeito, não só no aspecto técnico. Já está se tornando um diretor de seleções e eu quero dar cada vez mais este status a ele. Não precisarei nem intervir com um coordenador técnico, como aconteceu na época do Zagallo - afirmou Ricardo ao desembarcar no Aeroporto Internacional com parte da delegação que veio de Brasília.

Vindo no mesmo vôo, Wanderley foi pego de surpresa pela notícia:

- Bom, ele não me falou nada ainda. Mas, como comandante, eu realmente quero saber de tudo o que se passa nas seleções. É claro que com a ajuda dos meus auxiliares - disse Wanderley.

O técnico foi enfático quando os repórteres usaram a expressão ‘‘grupo fechado’’, significando que o time das Eliminatórias será o mesmo que venceu a Copa América.

- Comigo não tem essa história de grupo fechado - afirmou, para logo depois ser indagado sobre uma possível volta de Romário, Edmundo e Edílson à seleção. - Eles podem voltar sem problemas. A filosofia da seleção já existe; o jogador é que tem de se enquadrar a ela.

Wanderley também demonstrou certa irritação ao opinar sobre os comentários de que a Copa América fora um torneio fácil demais.

- Há treinadores dizendo isso, coisa que eu nunca faria. Mas não quero entrar em polêmica.

Além do técnico, desembarcaram no Rio de Janeiro os jogadores Ronaldinho, Beto, Odvan e Serginho. Destes, só o atacante não viajou ontem à noite para o México, onde a seleção disputará a Copa das Confederações a partir de sábado. Por isso, Ronaldinho só pensava em aproveitar suas férias.

- Esta última temporada foi muito difícil para mim, mas, graças a Deus, acabou coroada com um título na seleção brasileira. Vou descansar e depois me preparar para o Campeonato Italiano - disse o craque, que recebeu uma salva de palmas dos poucos torcedores presentes ao desembarque.

Dos outros jogadores, Odvan foi o que chegou mais preocupado com seu futuro na seleção. Titular absoluto antes da Copa América, o zagueiro do Vasco terminou a competição como reserva de João Carlos.

- No início eu fiquei chateado, mas pelo menos continuei no grupo. Só espero recuperar minha vaga no time durante a Copa das Confederações - avisou.

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