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Vexame histórico

Brasil sem qualquer criatividade, perde pela primeira vez para o Equador em 60 anos

QUITO -  3-28-01  O Brasil repetiu algumas de suas atuações anteriores, praticando um futebol sem graça e sem qualquer criatividade, e sofreu a sua primeira derrota para o Equador, em 60 anos de confronto.

Não seria exagero afirmar que o resultado de 1 a 0 imposto pelo adversário ontem à tarde no Estádio Olímpico Atahualpa ficou pequeno, diante da passividade e da mais completa falta de inspiração do time brasileiro, inclusive de Romário, eterna esperança, que desperdiçou bisonhamente a única grande oportunidade de gol do time, no segundo tempo.

O Equador, que tem uma equipe apenas aplicada, com base em dois bons jogadores - o meia Aguinaga e o atacante Kaviedes -, chegou a pôr o Brasil na roda, enquanto o público ensaiava gritos de Olé.

A derrota não será suficiente para deixar Emerson Leão em situação delicada, o que seria um exagero, mas com certeza o impedirá de repetir as experiências que o técnico cismou de levar adiante - sem se discutir a qualidade de quem quer que seja, o time sentiu a ausência de dois laterais experientes e mostrou que determinados conceitos - como a de concentrar um excesso de jogadores de meio-campo entre as duas internmediárias - precisam ser reavaliados.

Foi a terceira derrota verde e amarela na atual Eliminatória - perdera anteriormente para Paraguai (2 a 1) e Chile (3 a 0). Só existe agora uma seleção que ainda não venceu o Brasil na América do Sul, a da Venezuela.

No começo, houve equilíbrio, e foi o Brasil que teve a primeira grande oportunidade, aos 7min, quando Rivaldo lançou Romário - o goleiro antecipou-se e defendeu.

O time dirigido por Leão parecia excessivamente preocupado em poupar energias, em função da tão propalada altitude. Aos 18min, Juninho Paulista deu o único chute do Brasil no primeiro tempo, de fora da área, próximo à trave direita de Cevallos.

O Equador, empurrado pela torcida, demonstrava uma determinação impressionante, e apesar de seu futebol limitado ameaçou Rogério Ceni por pelo duas vezes. Aos 30min, Kaviedes recebeu de Aguinaga e bateu cruzado para fora; aos 44min, lançado por Mendez, o centroavante cobriu o goleiro brasileiro e a bola tocou no travessão.

O Brasil não conseguia desatar o criado entre as duas intermediárias pelo mau posicionamento de seus apoiadores e pelo inacreditável sumiço de Ronaldinho Gaúcho, que não foi capaz de fazer uma única e escassa jogada. Emerson e Vampeta não sabiam se atacavam ou se defendiam, Juninho Paulista não lembrava sequer a sombra do jogador que é no Vasco e Rivaldo só era notado por suas elegantes mas pouca inspiradoras chuteiras cor de prata.

O Brasil chegou a enganar no comecinho do segundo tempo, quando Euller - substituiu Ronaldinho Gaúcho, voltando a deixar o time com 11 em campo - puxou dois velozes contra-ataques, dando a impressão de que a equipe recebera uma injeção de ânimo no intervalo.

Aos 3min, entretanto, Kaviedes invadiu a área, passou de passagem pela zaga brasileira e chutou cruzado. Delgado, que acompanhava o lance, antecipou-se a Silvinho para escorar a bola, abrindo o placar.

Antes da nova saída, os jogadores brasileiros entreolharam-se, deixando no ar uma impressão de impotência que ficou ainda mais evidente pelo resto da partida.

A melhor chance do Brasil surgiu aos 21min, quando Juninho Paulista deixou Romário livre à frente de Cevallos. O artilheiro, porém, errou a pontaria, chutando bisonhamente na trave esquerda. Aos 29min, o zagueiro Lúcio - ele mesmo, o zagueiro Lúcio - foi à linha de fundo e cruzou da direita para Emerson cabecear para fora.

A partir dos 30 minutos, definitivamente convencido de que o leão era manso, o Equador passou a tocar a bola, despertando os gritos de Olé, Olé, que durante 60 anos ficaram presos na garganta do torcedor local.

Já no desespero, distinto de técnica e de qualquer estratégia, o time brasileiro ainda conseguiu concluir duas jogadas. Na primeira, aos 34min, Vampeta apanhou uma sobra e chutou de fora da área. A bola bateu em Juninho Paulista, que trabalhou como zagueiro, e foi para fora. Aos 44min, Romário completou de cabeça, sem resultado prático, um cruzamento de Beletti.

Mas o Equador, na realidade, não teve lá muito trabalho para garantir o placar. De qualquer forma, ainda resta-nos a Venezuela. Aliás, dizem por aí que não há quase mais ninguém bobo no futebol. Bobo hoje, pelo que se viu em Quito, só o Brasil.

EQUADOR 1

José Cevallos, Ulises de La Cruz, Augusto Porozo, Ivan Hurtado e Raul Guerrón; Edwin Tenorio (Wellington Sanchez 69min), Edison Mendez, Juan Carlos Burbano e Alex Aguinaga; Jaime Kaviedes (Alfonso Obregon 92min) e Agustín Delgado. Técnico: Hernán Dario Gomez.

BRASIL 0

Rogério Ceni, Beletti, Roque Júnior, Lúcio e Silvinho (César 58min); Emerson, Vampeta, Juninho Paulista e Rivaldo (Luizão 63min); Ronaldinho Gaúcho (Euller no intervalo) e Romário. Técnico: Emerson Leão.

Local: Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito. Juiz: Felipe Ramos Rizo, auxiliado por Rafael Herrera e Victor Osorio. Cartões amarelos: Tenorio (36min), Rique Júnior (45min), Emerson (45min), Aguinaga (61min) e César (61min). Gol: no segundo tempo, Delgado aos 3min.


Source: Baguette



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