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Felipão acende o pavio da guerra de nervos
CURITIBA. A partida de quarta-feira, contra o Paraguai, no Estádio
Olímpico, é fundamental para a seleção brasileira.
Os nervos estão à flor da pele e coube ao técnico Luiz
Felipe Scolari acender o pavio da guerra de nervos. E o primeiro alvo foi
o goleiro paraguaio Chilavert, que chegou ontem a Porto Alegre com a
delegação de seu país. No treino realizado no CT do
Atlético-PR, o treinador do Brasil, procurando desde já botar
seus jogadores no clima do jogo, não poupou o goleiro e capitão
da equipe adversária.
- Chutem, chutem que o Chilavert tem 400 quilos de gordura. Tem que arriscar gritava para os jogadores de ataque, meio de campo e até para os alas.
Mas Scolari também conhece as qualidades de Chilavert. Mais de uma vez, ele alertou seus jogadores para a saída de bola do goleiro, que costuma ser precisa, a ponto de organizar um contra-ataque em velocidade. Por isso, pediu muito cuidado a seu time sempre que Chilavert for repor a bola em jogo. Para Felipão, se a seleção brasileira jogar compactada, os passes longos do goleiro serão facilmente bloqueados pelo Brasil.
O próprio Scolari é o primeiro a reconhecer a guerra de nervos.
Os jogadores estão um pouco ansiosos pela proximidade do jogo. É normal, porque é um jogo decisivo e todos estão conscientes disso comentou o treinador com um de seus auxiliares.
No que depender de Roberto Carlos, o momento da virada brasileira nas eliminatórias da Copa do Mundo acontecerá quarta-feira no jogo contra o Paraguai.
Chegou a hora. É o momento mais importante da seleção. Temos que entrar em campo decididos e superar a marcação paraguaia. É partir para cima afirmou.
Antes do início do treino, Scolari chamou os jogadores e conversou com eles durante 15 minutos. O treinador explicou a maneira como o Paraguai costuma atuar, marcando a saída de bola pelo meio e bloqueando as investidas dos alas.
Apenas um jogador fica no ataque na hora em que o time se defende. Mas Felipão também conversou com seus atacantes. Só não falou com a imprensa.
Ele pediu para a gente ousar e arriscar as jogadas individuais em velocidade. Também quer que a gente marque a saída de bola deles disse Edílson.
O treinador também insistiu nas triangulações pelas pontas. Pela esquerda com Roberto Carlos, Leonardo e Rivaldo; pelo direita com Belletti, Tinga e Edílson. Scolari insistiu nas viradas de um lado para o outro do campo.
Virem a bola, virem a bola gritava sem parar.
O apoio da torcida à seleção brasileira não foi esquecido e o treino foi aberto ao público. Mas com recomendações.
Quem se comportar mal, vaiar ou perturbar será retirado. Aqui é a seleção brasileira treinando. É para aplaudir e se comportar senão vão para fora alertavam os seguranças.
Os pais de todos os brasileiros não foram esquecidos em seu dia. O técnico, que não falaria durante três dias sexta-feira, sábado e ontem , abriu uma exceção apenas para fazer um comunicado. Nada de perguntas:
Gostaria de mandar um abraço aos pais de vocês que estão aqui, a todos os pais, mesmo os que já se foram, e dizer que espero que o carinho que vocês dedicam a eles, que dediquem também à seleção afirmou Felipão, que hoje comandará um coletivo.
\Feito o comunicado, Scolari, aplaudido pelos torcedores, recebeu uma cesta de flores dos jogadores pelo dia dos pais, jogou uma bola para a torcida e distribuiu vários autógrafos, antes de se retirar.
Desde ontem o técnico conta com o grupo de 22 jogadores que convocou.
O zagueiro Lúcio e o atacante Élber, que estavam na Alemanha,
se apresentaram pela manhã mas não deram entrevistas porque,
segundo a assessoria de imprensa da CBF, deveriam se apresentar antes ao
técnico, que estava dirigindo o treino.
Source: Marcos Penido . O'Globo /
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